quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sistemas de Informação e Estratégias Organizacionais: o Impacto das Redes

A sobrevivência e o desenvolvimento das organizações são indissociáveis da sua capacidade de auto-regulação, ela própria suportada pelas capacidades de entendimento do exterior em mudança e de relacionamento pró-activo com os agentes (organizações ou indivíduos, parceiros, clientes, estado…) adequadamente selecionados. Ler a mudança exterior, atecipadamente, exige receber, processar, transformar os inputs informacionais externos e incorporar os resultados na estratégia da organização. Mas, enquanto nos anos 80 a estratégia era concebida e actualizada ao mais alto nível – concentrando-se o trabalho de apoio à decisão em Gabinetes de Planeamento e Assessores da Alta Direcção, apoiados por Bases de Dados especializadas, mais ou menos potentes – o impacte das redes e, em particular da  Internet e das  Intranets, veio mudar em profundidade o processo de concepção, distribuindo, através das redes 
(LANs), as capacidades de acesso e leitura da informação externa e potenciando o aproveitamento das capacidades individuais de cada trabalhador, podendo ele próprio selecionar e reflectir sobre a informação que à sua atividade diz respeito e, com propostas autônomas ou em grupo, contribuir para a estratégia a definir ou corrigir.        
Desta forma é possível não apenas uma melhoria substantiva da própria formulação estratégica como o alinhamento natural da táctica e da operação – dos processos – com a estratégia, garantindo o envolvimento de toda a organização na sua implementação e reajuste.   Mas o impacte das tecnologias de rede e da Internet é mais vasto. O e-commerce, o ebusiness, o e-government, o e-learning, baseiam-se não só na extensão da cadeia de valor da organização promotora através da redução/substituição dos processos de 
distribuição, ou na partilha dos processos de produção, mas também na incorporação de valor acrescentado ao serviço oferecido: o “valor em informação”.  Ora as parcerias estratégicas, fundamentais para o desenvolvimento organizacional numa economia globalizada, só adquirem sustentabilidade se suportadas por sistemas de informação e comunicação –  hardware,  software (groupware),  brainware, e … networking - cada vez mais complexos, de geometria variável, que  a cada parceiro proporcionem uma melhor pilotagem. 
Assim, o acento deve ser colocado no  binómio informação/comunicação na medida em que as interfaces hoje proporcionadas pelas  Intranets, com novas condições de legibilidade e navegabilidade familiares para muitos  dos potenciais utilizadores (clientes internos e parceiros), facilitam o acesso e motivam a interacção, promovendo assim um maior dinamismo nas relações inter-grupos.  Aliás, é ainda o binómio informação/comunicação o principal suporte da capacidade de disseminação das novas ofertas, de angariação globalizada de clientes, da resposta atempada e eficaz a novos públicos, cujo acesso à oferta – através de Extranets ou da Internet - é agora fortemente facilitado e atrativo.

Fonte: Sistemas de Informação Organizacionais, Luís Amaral & all, Edições Sílabo, Lisboa, 2005

Equipe 07:
André Patriota
Maria Patrícia
Renata Fernandes

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